Diafragma

Informações do Município de São Paulo

O diafragma é um método contraceptivo não hormonal de barreira. Consiste em um anel flexível endurecido nas bordas, com o material do meio feito de uma fina camada de látex ou silicone, em formato de côncavo, como demonstra a figura abaixo.

Além disso, a utilização do diafragma requer uma prática de auto-conhecimento corporal, em especial da região vulvo-vaginal, já que demanda  a realização do auto-toque do colo uterino. Trata-se de uma prática pouco estimulada na medicina e ginecologia tradicionais, mas que permite que mulheres e outras pessoas com útero identifiquem diversosfatores fisiológicos do corpo, como as diferenças de consistência no colo uterino a depender da fase do ciclo menstrual, bem como doenças ou modificações corporais. O fator de pouco conhecimento a esse respeito pode ser um elemento dificultador do uso do método.

Figura 1 - diafragma semina e caya (marcas disponíveis no Brasil)
Figura 1 - diafragma semina e caya (marcas disponíveis no Brasil)

Além disso, a utilização do diafragma requer uma prática de auto-conhecimento corporal, em especial da região vulvo-vaginal, já que demanda  a realização do auto-toque do colo uterino. Trata-se de uma prática pouco estimulada na medicina e ginecologia tradicionais, mas que permite que mulheres e outras pessoas com útero identifiquem diversosfatores fisiológicos do corpo, como as diferenças de consistência no colo uterino a depender da fase do ciclo menstrual, bem como doenças ou modificações corporais. O fator de pouco conhecimento a esse respeito pode ser um elemento dificultador do uso do método.

Para  acessar o diafragma pelo SUS, deve-se agendar uma consulta em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e expressar o desejo de utilização do método. O profissional de saúde deverá explicar a forma de uso do método e medir o melhor tamanho do diafragma para a paciente. Após a colocação do diafragma, deverá ser agendada uma consulta de retorno após uma semana e, posteriormente, um mês da colocação no método. Consultas anuais deverão ser realizadas para o acompanhamento da utilização do diafragma.

Vantagens

  • Método livre de hormônios (não leva a um aumento de risco de trombose, nem a diminuição de libido, nem a ganho de peso); 

  • Não provoca a alteração no ciclo menstrual;

  • Depende apenas da mulher ou pessoa com útero para o uso; 

  • Durabilidade de até 5 anos;
  • Baixo custo; e 

  • Alguns estudos descrevem atuação na prevenção de câncer de colo de útero e de algumas ISTs (cervicites). 


Desvantagens

  • Eficácia não é tão alta: cerca de 25% de falha no uso típico, embora seja possível aumentar a eficácia com o uso de espermicida e/ou preservativo peniano;

  • Precisa ser medido por profissional de saúde;

  • Pode estar associado a aumento da frequência de infecções urinárias.

Contra-indicações verdadeiras

  • Alergia a látex
;
  • História de síndrome do choque tóxico; 

  • Em vigência de alguma IST; e
  • Doença inflamatória pélvica nos últimos 3 meses ou cervicite purulenta - quando associado ao espermicida.

Contra-indicações verdadeiras

  • Não há.

Cuidados

O uso frequente de espermaticida associado aos diafragma pode causar irritação, fissuras e microfissuras na mucosa vaginal e cervical (efeito dose-tempo dependente), aumentando o risco de infecção pelo HIV e outras DST.

A detecção de IST é motivo para suspender o uso do método. O retorno ao uso, ficará condicionado à cura da infecção e reavaliação de risco de nova DST e infecção pelo HIV. Ou ainda no caso do HIV à estar há mais de 6 meses com carga viral indetectável.

Número bruto de Diafragma

No período de 2019 a 2023, no Município de São Paulo, foram identificados apenas 67 registros de procedimentos de "ATENDIMENTO CLÍNICO PARA INDICAÇÃO E FORNECIMENTO DO DIAFRAGMA UTERINO"  no Sistema de Informação Ambulatorial (SIA). Observou-se, também, uma tendência de dimunição dos procedimentos ao longo do período estudado: no ano de 2022, nenhum procedimento foi regitrado, e, em 2023, apenas 4 o foram.

Gráfico 1) Número de fornecimento de diafragma uterino por ano notificado no Sistema de Informação Ambulatorial (SIA) (2019-2023)

Número total de inserções de diafragma uterino
São Paulo, 2019-2023

Fonte: SIA, 2019-2023
Gráfico 1. Número de fornecimento de diafragma uterino por ano notificado no Sistema de Informação Ambulatorial (SIA) (2019-2023)

Número absoluto de fornecimento de diafragma uterino por subprefeitura

O estabelecimento que mais realizou esse procedimento no período analisado foi o Ambulatório de Especialidades Freguesia do Ó, localizado na subprefeitura Freguesia/Brasilândia, com 29 procedimentos. Os registros, contudo, são majoritariamente de 2019 (26), sendo que os outros três ocorreram em 2020, sem maior dispersão da utilização do método ao longo do período analisado. 

O segundo estabelecimento que mais realizou esse procedimento foi a AMA/UBS Pari, localizada na subprefeitura da Mooca, com 12 procedimentos, todos eles registrados em 2019. 

Fonte: SIA, 2019-2023
Gráfico 2. Número absoluto de fornecimento de diafragma uterino por subprefeitura notificado no Sistema de Informação Ambulatorial (SIA) (2019-2023)

Não foi possível cruzar o dado relativo ao registro de procedimentos com variáveis de raça/cor e faixa etária, uma vez que os campos referentes a elas não foram preenchidos nos registros identificados. Além disso, o cálculo relativo à ponderação usual por população também não apresentou significância devido ao baixo número de registros.

Para acessar a tabela com número de procedimentos anuais de todos os estabelecimentos, clique aqui. Já para acessar a tabela com os números agregados pelas subprefeituras em que os estabelecimentos estão localizados, clique aqui. Finalmente, para acessar o mapa com os números absolutos do período todo 2019 a 2023, bem como o mapa com os números absolutos de cada ano, clique aqui.

Fonte: SIA, 2019-2023
Gráfico 3. Número de fornecimento de diafragma uterino por subprefeitura no ano de 2019 notificado no Sistema de Informação Ambulatorial (SIA)
Fonte: SIA, 2019-2023
Gráfico 4. Número de fornecimento de diafragma uterino por subprefeitura no ano de 2020 notificado no Sistema de Informação Ambulatorial (SIA)
Fonte: SIA, 2019-2023
Gráfico 7. Número de fornecimento de diafragma uterino por subprefeitura no ano de 2021 otificado no Sistema de Informação Ambulatorial (SIA)
Fonte: SIA, 2019-2023
Gráfico 6. Número de fornecimento de diafragma uterino por subprefeitura no ano de 2022 otificado no Sistema de Informação Ambulatorial (SIA)
Fonte: SIA, 2019-2023
Gráfico 3. Número de fornecimento de diafragma uterino por subprefeitura no ano de 2023 otificado no Sistema de Informação Ambulatorial (SIA)

Como podemos interpretar esses dados?

Considera-se que são três os fatores relacionados ao baixo número de registros encontrados quanto a procedimentos de inserção/distribuição de diafragama: (i) a busca por métodos mais eficazes; (ii) a existência de outros métodos contraceptivos amplamente utilizados; e (iii) o afastamento da saúde das mulheres de uma política de autoconhecimento e autonomia. Nesse contexto, os dados mostram que o diafragma tem sido cada vez mais descontinuado no Sistema Único de Saúde.

Além disso, fator importante é a ausência de preenchimento dos campos de idade e raça/cor nos registros encontrados, o que pode demonstrar um problema - comum a outros métodos estudados pelo Mapa - de orientação de preenchimento desse campo pelos profissionais de saúde.

Orientações às usuárias e profissionais de saúde

Conforme exposto, o baixo nível de autoconhecimento corporal pode ser prejudicial ao uso do método. 

Para orientar medição necessária à utilização do método para o profissional de saúde e buscando fomentar o autoconhecimento corporal das usuárias, este tópico trará o passo a passo de medição e utilização do método.

Orientações para medição e escolha do diafragma adequado (tarja verde): 

O tamanho adequado do diafragma corresponde ao comprimento diagonal do canal vaginal, desde o fundo de saco vaginal até a sínfise púbica. Recomenda-se a adoção da seguinte técnica:

1. Com mãos limpas e luvas, e após consentimento da paciente e aviso prévio, introduzir o dedo médio e indicador na vagina (como em um toque vaginal), até que o dedo médio alcance  o fundo de saco posterior;

2. Com a ponta do polegar da mesma mão, no vestíbulo vaginal, marcar o local onde o dedo indicador toca a sínfise púbica (como na figura), deixando essa marcação fixa na mão;

3. Retirar os dedos da vagina e medir a distancia entre o final do dedo médio e o local marcado;

4. Iniciar os testes pelo menor diâmetro possível para a distância medida, disponibilizando à paciente, para experimentação, os diafragmas de prova (devidamente esterilizados), aumentando a cada 5 mm. Eles devem ser experimentados um a um e a paciente deve caminhar com ele, se movimentar, agachar, até que encontre o que melhor se adapta e ela sem incomodar.

5. A borda do diafragma (o anel)  deve tocar as paredes da vagina, para fechar totalmente a passagem, e se assentar entre a sínfise púbica e o fundo de saco posterior. 


6. O diâmetro correto deve ser sempre o maior possível que fique confortável, que nao dobre, e nem incomode ou qualquer desconforto. 


7. Quando realizar nova medição: 


      1. após parto; 


      2. após abortamento; 


      3. após ganho ou perda de peso maior que 5 kg;


      4. após cirurgia vaginal ou perineal; e 


      5. a cada 2 anos. 


8. Para reutilização de medidores de diafragma em consultório eles devem ser lavados logo em seguida com água e sabão e submersos em produto antisséptico, por no mínimo, 30 minutos. Exemplo de produtos: hipoclorito de sódio 1%, álcool 70%, glutaraldeido 2%.) 

 

Orientações de uso:

Sempre urinar e lavar as mãos com água e sabão antes de inserir e após retirar.;

Se for utilizar espermicida (cerca de uma colher de chá), ele deve ser colocado na parte do meio do diafragma, dobrar com a parte côncava virada para cima para que o gel se espalhe até o anel (o uso do espermicida aumenta a eficácia do método);  


Identificar o colo do útero com o dedo, inserir o diafragma na vagina dobrado “em formato de 8”, tocar novamente o colo e senti-lo através da capinha de látex; 


Antes de cada uso, olhar o diafragma contra a luz para ver se tem algum furo ou defeitos; 


Afastar os lábios internos da vulva e inserir o diafragma, empurrando-o em direção ao fundo da vagina; 


Após inserido, com o dedo indicador, empurrar a borda anterior até que ela fique atrás do osso púbis;

Experimentar diferentes posições para sentir se está confortável;

Retornar à consulta de saúde em uma semana para verificar adaptação em 30 dias

Orientações às usuárias e profissionais de saúde

Conforme exposto, o baixo nível de autoconhecimento corporal pode ser prejudicial ao uso do método. 

Para orientar medição necessária à utilização do método para o profissional de saúde e buscando fomentar o autoconhecimento corporal das usuárias, este tópico trará o passo a passo de medição e utilização do método.

Orientações para medição e escolha do diafragma adequado (tarja verde): 

O tamanho adequado do diafragma corresponde ao comprimento diagonal do canal vaginal, desde o fundo de saco vaginal até a sínfise púbica. Recomenda-se a adoção da seguinte técnica:

Após retirá-lo, lavar com sabão neutro, secar e guardar no estojo próprio; 

A vida útil media do diafragma são 3 anos, chegando a 5 anos no caso do diafragma de tamanho único;

O uso frequente de espermicida pode provocar irritação, fissuras e aumentar o risco de infecção por ISTs; e

Se for detectada alguma IST, é necessário suspender o uso do método e tratar a IST. Pode-se retornar o uso após a cura da ISTs.

Acesse aqui a tabela de dados com os números absolutos de distribuição de diafragma por estabelecimento de saúde cadastrado

Como você pode acessar
o diafragma?

Para encontrar a UBS mais próxima de onde você mora e obter informações para colocação de DIU, acesse o Busca Saúde.

Caso você enfrente dificuldade no acesso a este método, é possível buscar ajuda! Saiba o que é possível fazer na aba de denúncia.

Referências

BRASIL, Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de saúde. Área técnica de saude da mulher. Assistência em Planejamento Familiar: manual técnico- secretaria de politicas de saude. 4 edição - Brasília - 2002. 


PREFEITURA DE FLORIANÓPOLIS, SAÚDE DA MULHER, Protocolo de Enfermagem vol. 3 - acolhimento às demandas da mulher nos diferentes ciclos de vida, 2016, versão atualizada em 2020.

BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher.Assistência em Planejamento Familiar: Manual Técnico/Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica de Saúde da Mulher – 4ª edição – Brasília: Ministério da Saúde, 2002.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Direitos sexuais, direitos reprodutivos e métodos anticoncepcionais / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 52 p. : il. color. – (Série F. Comunicação e Educação em Saúde) (Série Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos ; caderno n. 2).